Já se passou uma semana e eu ainda não tenho ideia de como descrever o que ocorreu na sexta-feira, dia 11/11/11 às 21:20h no estádio do São José em Porto Alegre. Anos irão se passar e eu ainda não conseguirei explicar o meu sentimento e a minha sensação naquelas 3 horas de show. Só quem estava lá tem a noção do que houve.
Chegando no estádio (meio perdido) às 15:30h, achei a fila da arquibancada e como os portões abririam às 17:00 consegui um lugar privilegiado pois pude enxergar todo o estádio de onde eu estava.

Cervejinha para me hidratar do sol que baixava e dava de cara com a galera da arquibancada até mais ou menos as 18:00h e a ansiedade pegando.
As 18:45h foram iniciados os trabalhos com a banda porto-alegrense Wannabe Jalva, que sinceramente me surpreendeu porque tinha visto um clipe deles de manhã e tinha achado uma merda o som. A banda faz um som bem autoral e interessante, mas na minha opinião o som deles não tinha absolutamente nada a ver com a situação, mas se saíram muito bem.
Pouco antes das 20:00h subia no palco a banda californiana "X". E que grata surpresa. Me envergonho de dizer que não conhecia o som deles que estão a quase 35 anos na estrada. Com um som meio rockabilly com punk, a banda agradou a todos no estádio que aquela altura já começa a encher. A vocalista Excenne Cervenka (versão punk rock da Susan Boyle) aqueceu as turbinas do público que a aquela hora já não aguentava mais de tanta ansiedade.

Na última música o quarteto convidou Eddie Vedder para dividir os vocais com a Susan Boyle roqueira deixando uma pequena sensação do que estava por vir.
Nove horas, Nove horas e 1 minuto, Nove horas e 2 minutos. 21:20h aproximadamente os caras sobem ao palco para delírio geral de uma multidão que como eu esperavam a vida toda por esse momento.

E agora o que vêm? "Go"? "Release"? bateria pegada do Matt Cameron, entra o baixa comendo do Jeff Ament... é "Why Go". Não Acredito é "Why Go"! O Zequinha por alguns minutos se transformou em Seattle e tudo veio abaixo. Na sequência "Do The Evolution", a música que me fez conhecer o Pearl Jam. Eddie Vedder o pastor e todo o público cantando "Aleluia". Respira que agora vem "Severed Hand" do álbum de 2006 e depois, tudo pára por alguns segundos e Stone Gossard começa os acordes de "Corduroy". Nossa, "Gorduroy" me lembra muito a minha infância quando escutava direto o "Vitalogy" (foi incrível). Na sequência, "Got Some" do álbum "Backspacer" de 2009. Acho muito massa essa música (Matt Cameron toca muito), é o toque do meu celular. E depois "Low Light". O que eu vou falar de "Low Light"? é simplesmente linda essa música (foi incrível, parte 2). Logo após, Eddie Vedder fala pela primeira vez com a galera em português (tenta) e surge os acordes de "Given to Fly". Na hora eu coloquei as mãos na cabeça e gritei... "Puta que pariu é "Given to Fly"(meio apavorado). Não acreditei e demorei uns segundos para assimilar o que estava acontecendo na minha frente (foi incrível, parte 3,4 e 5). Para "acalmar" o pessoal, "Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town" (foi incrível, parte 6). Após a calmaria, a euforia tomou conta"Even Flow" e fez as pessoas pularem e gritarem ao mesmo tempo, fora a hora em que entra o solo da música (Mike McCready toca muito) (foi incrível, parte 7). Após"Even Flow", todo o estádio bateu palma sincronizado em "Unthought Known"(foi lindo) e depois "Present Tense", acalmando (em termos) a galera para o que estava por vir. Após tudo isso, Stone Gossard toca dois acordes e na hora se nota que é "Daughter", e nessa hora eu fecho os olhos e penso (eu to num show do Pearl Jam, parece mentira) (foi incrível, parte 8). O show segue com "1/2 Full e Wishlist" (em "1/2 Full" baixa uma luz em Eddie Vedder que pega um espelho e reflete essa luz em todo o estádio) (foi incrível, parte 9). "Rats" foi uma grande surpresa, pois dificilmente é executada ao vivo (isso que é o foda do Pearl Jam, nunca se sabe qual será a próxima música). Sem comentários"State of Love And Trust" (foi incrível, parte 10). E ai começa os acordes de "Black". Como não se emocionar com a melodia? Como não se emocionar com a letra? Como não se emocionar com 20 mil pessoas cantando? A resposta é impossível (foi incrível, parte 11,12 e 13).

Após o término da música, o Pearl Jam deixa o palco para o primeiro intervalo. Na volta, Eddie Vedder anuncia em português que sua mulher Jill esta de aniversário, e pedi para o público que cantassem parabéns para ela. Todo o público cantando parabéns foi emocionante de se ver (foi incrível, parte 11) e dedicou a próxima música, "Just Breathe" para a sua esposa (foi incrível, parte 12). A música seguinte foi anunciada como "um pedido especial". "Oceans" foi executada com maestria e foi seguida de "Comatose". 
Após "Comatose" Eddie contou que a sua primeira vinda para o Brasil havia sido há 10 anos atrás com os "Ramones". Vedder dedicou "Light Years" para o falecido guitarrista dos "Ramones", Johnny Ramone. E a homenagem seguiu com "I Believe in Miracles", cover dos caras que já é marca registrada nos shows. "The Fixer" levantou o público e o refrão foi cantado pelas 20 mil testemunhas que estavam no Zequinha (foi incrível, parte 13). Termina a música e Eddie Vedder começa a tocar uns acordes meio fora de ritmo, mas aos poucos vai engrenando e se transforma em "Rearviewmirror". Nossa sem palavras (apenas assistam o vídeo) (foi incrível, parte 14).
Mais uma pausa e na volta "Last Kiss", e todo o estádio batendo palmas e cantando junto com Vedder (foi incrível, parte 15). Na sequência um dos pontos altos do show: "Betterman". Vedder inicia a música mas deixa que a galera cante para ele. Essa música é perfeita, não tem outra definição (foi incrível, parte 16). "Crazy Mary" foi a próxima (linda canção) e acalmou um pouco a galera. E depois o Pearl Jam largou dois clássicos na sequência. Jeff Ament fez a introdução no baixo e o povo explodiu. Era"Jeremy". Durante "Jeremy" Eddie conduziu um garoto, sua irmã e o cunhado para o palco, porque segundo o Vedder, o garoto estava o show inteiro na grade e ele queria que o garoto ficasse mais confortável (piá de sorte). Depois, Stone Gossard inicia a próxima com o riff mais famoso da banda."Alive" fez o Zequinha ir abaixo. Todo mundo cantando, braços erguidos e uma sensação indescritível (clássico e clássico) (foi incrível, parte 17 e 18). Terminando "Alive" e sem pausa eles emendam o cover do mestre Neil Young "Rockin' In The Free World", levando a crer que o show estava encerrando. Mas depois ocorreu mais uma das tantas surpresas da noite: "Indifference", última música do álbum Vs, letra perfeita e uma sensação que não tem explicação (foi incrível, parte 19). Luzes do estádio acessas, Mike McCready inicia os acordes de "Yellow Ledbetter", encerrando a apresentação. O show termina com Mike sozinho no palco solando a sua guitarra (foi incrível, parte 20).
Três horas de show, trinta e duas músicas e o que eu vou dizer? que o show foi perfeito. Sim, mas isso soa muito óbvio e qualquer adjetivo que eu tente encontrar para cada música, para cada momento, soaria como pouco para o que eu e mais 20 mil pessoas presenciamos naquela noite. Eu não tive oportunidade de ver muitos shows, mas acho difícil eu ver algo como o que eu vi naquele 11/11/11. Foi uma sensação única, só isso que eu posso dizer. Bom Domingo a todos (acho que escrevi demais).


Main Set: Why Go, Do the Evolution, Severed Hand, Corduroy, Got Some, Low Light, Given To Fly, Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town, Evenflow, Unthought Known, Present Tense, Daughter/Crowd Improv/Blitzkrieg Bop/It's Ok, 1/2 Full, Wishlist, Rats, State of Love and Trust, Black

Encore 1: Just Breathe (Crowd sang Happy Birthday to Jill prior to song), Oceans, Comatose, Light Years (Dedicated to Johnny Ramone), I Believe in Miracles, The Fixer, Rearviewmirror

Encore 2: Last Kiss, Betterman, Crazy Mary, Jeremy, Alive, Rockin' in the Free World, Indifference, Yellow Ledbetter