Quando se fala de anos 60 na Inglaterra, quais as primeiras bandas que vêm na cabeça? Com certeza The Beatles, The Rolling Stones e The Who.
Mas nessa mesma época surgiu o The Kinks. A banda britânica é formada pelos irmãos Davies que permaneceram como os únicos integrantes originais durante os 32 anos de carreira do grupo.
Em 1964 lançaram o primeiro riff da história no seu terceiro single "You Really Go Me", escrito por Ray Davies. O próprio Pete Townshend cita no documentário que conta a história do The Who, "Amazing Journey - The Story of The Who", que as primeiras músicas do Who, na verdade foram feitas encima dos riffs do Kinks.
Depois de vários LPs lançados com sucesso, eles começaram a lançar álbuns mais conceituais explorando a cultura e o estilo de vida britânico. Tudo isso saindo da cabeça do gênio Ray Davies.
Até que em 1969 lançaram o que é para mim o melhor álbum deles. "Arthur (Or the Decline and Fall and Britshi Empire)" foi lançado em outubro de 1969, um pouco depois do "Tommy" do The Who. Os dois tem o mesmo conceito de contar uma história através das músicas do disco. O que diferencia "Arthur.." de "Tommy" é a história infinitamente mais rica, criando uma epopeia em 12 faixas narrando um personagem que se muda do Reino Unido para a Austrália. Nas letras Ray Davies critica duramente o estilo de vida britânico, sendo o disco censurado pelo governo inglês, proibindo sua execução nas rádios do país.
Devido a isso, o disco foi um fracasso de vendas. Uma grande injustiça pois para mim "Arthur..." é o melhor álbum, com este conceito de ópera rock, já feito na história da música.
Como já falei, Ray Davies é gênio e os Kinks merecem ser sempre lembrados como uma das maiores e mais influentes bandas de todos os tempos.
Leia este post escutando "All Day and All Of The Night" - The Kinks do álbum Kinks-Size de 1965